quinta-feira, 30 de maio de 2013

primeira leitura do semestre

Experienciar,aprender, criar e ensinar

leitura e diário de leitura para dia 18 de junho 
Renata Bittencourt Meira[1]

Resumo

A educação é analisada neste artigo como uma prática que estabelece comunicação entre diferentes aspectos da cultura na sociedade contemporânea, tendo por base as experiências e reflexões desenvolvidas no grupo Baiadô: pesquisa e prática da dança brasileira. Destaca-se a cultura popular tradicional  e a arte como propositores do estado de criação. Experienciar, aprender, criar e ensinar se mostra aqui como um caminho de desenvolvimento do educador engajado na complexidade da cultura contemporânea.



[1] Renata Meira dança, toca, canta, versa e pesquisa cultura popular;  professora do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Uberlândia; Bacharel em Dança; Mestre em Artes e doutora em Educação pela UNICAMP.

Vamos trabalhar este texto a partir de um “instrumento pedagógico, capaz de despertar o posicionamento crítico dos alunos diante dos textos e de enriquecer o debate com os professores em sala de aula”, criado pela Profa. Dra. Anna Rachel Machado professora do Programa de Estudos Pós-graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem da PUC/SP, falecida em 20 de maio de 2012.

Diário de Leitura é um instrumento para trabalhar a leitura de qualquer tipo de texto por meio de reflexões e reações que o leitor tem à medida que vai lendo, e que vão sendo registradas na escrita.

É um diálogo do aluno com o texto, um espaço totalmente privado, onde pode-se adotar linguagem informal, sem se preocupar com "certo" ou "errado", de modo a se colocar livre e espontaneamente diante dos textos. Dessa forma, o diário de leituras permite que os alunos tracem seus próprios caminhos de leitores por meio desse diálogo, que é sempre único.

Ao mesmo tempo, são criadas as condições necessárias para a construção de um espaço de verdadeiras discussões sobre as reflexões dos alunos, o que permite sua reelaboração e refinamento.

Além disso, os diários também podem servir como ponto de partida para a elaboração de outras atividades de produção textual, com os resumos e resenhas, conforme as necessidades dos alunos.”

MACHADO, Anna Rachel ; LOUSADA, Eliane G. ; ABREU-TARDELLI, Lilia Santos . Trabalhos de pesquisa: diários de leitura para revisão bibliográfica (2ª Ed). 2. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2009

repertório da aula do dia 28 de maio de 2013


CACURIÁ

O cacuriá é uma dança executada ao som das caixas do Divino - pequenos tambores que acompanham a dança, animada por um cantor ou cantora, que puxa a dança e cujos versos, de improviso ou conhecidos, são respondidos por um coro formado pelos dançadores. Criada há mais ou menos trinta anos. Dançado em roda nas ruas da capital do Maranhão, o cacuriá tem suas origens na Festa do Divino Espírito Santo. Após o derrubamento do mastro do Divino, que encerra a obrigação religiosa, as caixeiras se reúnem para “vadiar”, esta parte profana da festa é o “lava-pratos”. O nome da dança varia de região para região, dão o nome de Carimbó de Caixeira no município de Guimarães, Baile de Caixa em Penalva, Bambaê de Caixa em Pinheiro.
As dançadeiras podem ser de qualquer idade, existe até 75 anos, e enquanto se desenvolve a dança, as caixeiras, em número de seis, cantam toadas ou desafio, de improviso, sendo acompanhadas, em coro, pelos dançantes.
Alauriano Campos de Almeida, popular Seu Lauro, artista popular que também botava Bumba-boi e Tambor de Crioula, criou a partir da musicalidade do movimento e dos versos desta festa a Dança do Cacuriá. Seu Lauro explica que a dança do cacuriá é uma mistura de samba, marcha e valsa e "chorado", o que exige muito esforço físico. Por isso é que as partes não passam de trinta minutos.

Entrevista com D. Teté
Entrevista concedida à Rádio Universidade FM, Universidade Federal do Maranhão
 D. Teté, folclorista, coordenadora do Cacuriá mais famoso do Estado do Maranhão

O Cacuriá tem uma vertente na Festa do Divino Espírito Santo, pois ao fim da festa, em todas as casas, tem o carimbó das caixeiras. Assim, criou-se a dança do Cacuriá, cordão e roda, depois do término do festejo do Divino, para prolongar a brincadeira.
No carimbó, uns batem palmas, outros batem na caixa, formando um ritmo para começar a dança, para movimentar o corpo. Outros inventam versos para pedir bebidas ou elogiar as pessoas. A maioria dos participantes eram pessoas idosas. Levanta-se o mastro, tem a missa, tem o derrubamento do mastro, depois tem o carimbo de serrar o pau - serrando com um serrotizinho. A partir daí criou-se o Cacuriá.
Em 80, D. Teté foi para o Laborarte trabalhar numa peças de pastores. Lá, se tinha uma festa, ela batia a caixa e chamava as pessoas para dançar o Cacuriá. Depois, Teté começou a ensinar a dança para as crianças, fazendo seus próprios versos, com a ajuda da neta. Finalmente, o Cacuriá como conhecemos hoje. A ramificação do Cacuriá cresceu bastante e houveram inovações, quando foram acrescentados alguns outros elementos na dança. Alguns elementos foram adicionados também ao ritmo, como o violão, a flauta e o banjo. 
Segundo, ela para ficar mais bonito.

MOLE MOLE
Colhida por Vivian Parreira junto ao grupo Flor de Pequi em Pirinópolis
Grupo criado e coordenado por Daraína Pregolatto

Tu não me mexe, tu não me bole
Que eu tenho as juntas do meu corpo toda mole
Tu não me mexe, tu não me bole
Que eu tenho as juntas do meu corpo toda mole


Dançamos espalhados pelo espaço, com passo básico do Cacuriá mobilizando cada uma das articulações.

faixa 3 do CD:    VASSOURA
Autoria:                     Henrique de Menezes

Minha vassoura eu não sei onde está
Eu deixei no terreiro te mandei buscar
Minha vassoura eu não sei onde está
Eu deixei no terreiro te mandei buscar

Pega a vassoura o sinhá
E varre o terreiro pro cacuriá
Pega a vassoura o sinhá
E varre o terreiro pro cacuriá

Formar a roda intercalada que gira durante o primeiro verso. Na segunda parte da música os homens vão para o meio da roda fazendo gesto de varrer enquanto as mulheres varrem deslocando-se para fora da roda. Na repetição do verso os dançadores voltam varrendo, formando uma única roda intercalada. A roda volta a girar junto com o primeiro verso.

Variações: A roda pode ser trabalhada com diferentes graus de dificuldade. O mais simples utiliza a roda em fila que gira na primeira parte da música e entra varrendo para o centro da roda todos juntos, sem intercalar. Uma segunda opção é intercalar a roda e enquanto um grupo varre até o centro da roda, o outro grupo permanece no lugar. Na terceira opção um grupo varre para dentro e outro varre para fora da roda. Também pode-se variar a forma de intercalar, por exemplo alternado mais de dois grupos ou usando outro intervalo para o retorno dos grupos.

faixa 11 do CD: MERGULHÃO     
Autoria:                     Henrique de Menezes

Mergulhão, Mergulhou no mar
Mergulhão, Mergulhou no mar
Mergulhão, Mergulhou no mar
Mergulhão, Mergulhou no mar

Pegou peixe mergulhão, eu não
Mergulha no mar, mergulhão
Pegou peixe mergulhão, eu não
Mergulha no mar, mergulhão

A dança inicia numa roda em fila organizada em pares. Já na primeira palavra "mergulhão" o parceiro que estiver atrás passa à frente do seu parceiro mergulhando, num grande movimento de coluna, braço e cabeça, levantando os braços para cima e “jogando” o corpo para dentro da roda e depois para fora, como se fosse a própria onda. Na próxima vez que responder “mergulhou no mar” novamente o parceiro que estiver atrás mergulha à frente e assim sucessivamente. Dança-se assim a primeira parte da música.
Quando o puxador canta "pegou peixe mergulhão" a roda intercalada gira. Ao responder "eu não" os dançadores levantam os braços. Quando o puxador canta "Mergulha no mar" os parceiros que estão atrás jogam-se de lado como num mergulho para o centro da roda, formando uma roda dentro da outra. Ao responder "eu não" os dançadores levantam os braços. Quando o coro responder pela segunda vez "mergulhão", os dançadores da roda central dão outro mergulho e entram na roda de forma intercalada, à frente do parceiro. A dança recomeça com esta roda em fila organizada em pares. 

MIUDINHO (Aline Costa, 2005)

Ritmo:Cacuriá 
Mito de origem: Vivian criou a canção do sapo e com ela fizemos uma dança cheia de pulos, ótima para crianças agitadas. Ensinamos a dança numa oficina e ficamos exaustos. Como estávamos muito cansados, Aline fez esta dança/música de brincadeira para gente "poder descansar".

Puxador:      O Miudinho, bem Miudinho
Esse é o cacuriá
É uma dança bem  devagarinho
Para a gente poder descansar!

Coro:            Miudinho, bem Miudinho
Esse é o cacuriá
É uma dança bem  devagarinho

Para a gente poder descansar

Disciplina Danças Brasileiras curso de Teatro Universidade Federal de Uberlândia

A disciplina Danças Brasileiras do curso de Teatro da Universidade Federal de Uberlândia oferece 30 vagas e não há pré requisitos.
A disciplina é aberta às licenciaturas com prioridade aos cursos de Artes.

Caso haja interesse de bacharelandos, solicito uma carta de intensões e verificaremos a possibilidade da matrícula no período de ajuste, assim garantimos que as licenciaturas sejam prioridade. 

o grupo será fechado em 04 de junho para que possamos seguir o planejamento do semestre em consonância com os participantes.

O foco será o ensino aprendizagem de danças populares brasileiras não midiáticas, abordaremos:

  • o corpo sensível - atividades práticas e aspectos conceituais; 
    • práticas de sensibilização
    • estudos culturais
  • o repertório 
    • tradicional - danças atuais praticadas em comunidades no Brasil; 
    • a criação de danças e músicas - dinâmica de criação nas comunidades e criação a partir do repertório tradicional; 
  • procedimentos de ensino e aprendizagem a partir das danças populares
    •  pedagogia griô e 
    • aspectos populares da educação